Burel Factory difunde o saber-fazer da serra

A Burel Factory é uma marca portuguesa que difunde a arte e o saber fazer da serra e nasce para salvar um património local em Manteigas.

Untitled designA marca portuguesa Burel Factory surge da necessidade de salvar um património

A Burel Factory é uma marca portuguesa nascida na Serra da Estrela e surge de um projecto de recuperação de património, que deu uma nova história à indústria da lã da região

Ao revitalizar o burel, tecido ancestral usado pelos pastores da montanha, tornando-o sinónimo de cor, design, criatividade e responsabilidade e arte, a marca portuguesa Burel Factory faz com que o burel de hoje continue a ser tecido em teares ancestrais, garantindo maior qualidade no acabamento e autenticidade nas suas origens seculares.

 

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história

Tudo começou em 2006, quando Isabel Costa e João Tomás descobriram o velho sanatório nas Penhas Douradas durante as suas caminhadas pela Serra da Estrela. Recuperaram-no e hoje é o Hotel das Penhas Douradas.

No processo de revitalização do edifício, procuraram sempre elementos que evidenciassem a mestria local, e descobriram a Fábrica de Lanifícios Império, onde se trabalhava o burel desde 1947, num momento de insolvência e sem capacidade de se adequar ao mundo moderno recorrente da crise de 2008. Decidiram então avançar no processo de recuperação da fábrica e dar continuidade à sua narrativa. Mantiveram as máquinas no século XIX, reciclaram alguns padrões antigos dos livros de debuxo que ainda hoje utilizam, colocaram os antigos mestres dos teares a ensinar os mais novos, e deram cor ao burel, que até então só existia nas cores originais da lã. Em 2012 já eram a marca Burel Factory.

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Depois de Isabel e João mostrarem o produto a designers e a criativos, elevaram-no a valorizam-no, fizeram com que se tornasse sinónimo de criação. Evidenciaram a inovação apostando na formação e na prática da passagem de testemunho para que a arte das mãos não morresse, e o som ancestral do bater dos teares continuasse a ecoar pelos vales das montanhas.

Mantiveram o objectivo e foram mais além. Salvaram um património industrial e uma tradição enraizada na vida das fragas e asseguraram postos de trabalho, a transmissão do conhecimento dos ofícios da lã às novas gerações incrementando a sustentabilidade social, ecológica e conservação da montanha e das pessoas que a habitam.

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Toda a inspiração da marca vagueia pela natureza que os rodeia, a grandiosidade da paisagem montanhosa, as ovelhas que a percorrem, e a quem é pedida emprestada a lã duas vezes por ano, os pastores que as cuidam e conduzem e claro, a mão de obra qualificada que atraem para a região, e difunde o talento e o carinho que aplicam a cada peça que tecem.

A RELAÇÃO COM A SERRA E o PROCESSO DE PRODUÇÃO

A Burel Factory promove uma história que é de muitos e consegue ser hoje, a maior empregadora da Vila de Manteigas.  Em 2016 a dupla adquire a antiga Pousada de São Lourenço para a transformar no novo hotel Casa de São Lourenço, que com o seu charme mantém a continuidade da dinamização da região centro, evidenciando um estilo de vida ligado à montanha, à sua cultura, à sua gente, e ao saber herdado por gerações. Isabel e João são recuperadores de património, material e imaterial com um olhar inovador focado num futuro com passado, que faz progredir a arte, numa tradição na transformação da lã.

Burel Factory 1Quando os pastores enviam a lã para a fábrica em fardos de 200kg, já chega lavada de poeiras e da gordura natural, mas muito densa e compacta.

Apesar de lavada, pode conter algum resíduo de palha que escapou ao longo do processo de transformação e pode seguir numa manta, almofada ou outros dos produtos da marca, para sua casa e que reforça o toque natural. Os fardos entram numa máquina que abre as fibras e mistura as cores ao mesmo tempo, que a amacia. Depois, dá-se o repouso nas câmaras e começa a ser cardada. As cardas, máquinas com 100 anos, vão mesclar as fibras de forma a obter uma uniformidade na cor e na textura e posteriormente criam a mecha, que não sendo fio é posteriormente colocada na fiação em espessuras diferentes dependendo do objetivo final e o tipo de tecido pretendido, seja o tecido burel, mantas, flanela ou outros tecidos. Os canudos que saem da fiação em cartão, são passados para bobines (na bobinadeira) e algumas dessas bobines são passadas para canelas (na caneleira). É o momento da tecelagem e de passar as bobines e caneleiras para os teares que as transforma em xerga.

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A xerga quando sai do tear é pesada e medida, e vai para o controlo de qualidade, onde esbicadeiras ou metedeiras de fios, à luz do dia ou artificial, varrem o tecido com os olhos e cortam nós ou fios que possa ter ficado com uma espessura diferente. De seguida as senhoras sentadas, com uma agulha e um fio, retiram esse pedaço de fio diferente e colocam um outro da mesma espessura. Depois dá-se o processo de ultimação, o chamado milagre da indústria têxtil, que transforma a xerga no tecido final, com a suavidade, a cor e a resistência que vemos nos tecidos para vestuário, decoração, estofagem e arquitetura.

A ultimação são vários processos que estabilizam o tecido, que varia dependendo do que se pretende no final. Só depois deste longo e meticuloso processo, surge o burel que conhecemos.

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CRIATIVIDADE E DESIGN da burel factory

O Centro Criativo é o espaço na fábrica da Burel Factory dedicado à criação, à inovação e ao pensamento por um futuro tecido a fios de lã e cheio de histórias do passado. E por se pensar criativamente, com dinâmica do fazer e da experimentação, a equipa que produz cultura, reforça e desenvolve a identidade de uma região com base numa economia verde que procura ter desperdício zero. Desenvolvendo parcerias com artistas, designers e associações de modo a inovar no aproveitamento e valorização da lã, a Burel Factory procura desenvolver grande parte dos seus produtos a partir de desperdícios, donde resultam peças únicas e conscientes, de menor impacto ecológico possível.

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Hoje a Burel Factory e a sua sub marca Lanifícios Império exclusiva de tecidos de confecção, (flanelas, meltons, tartans, bouclés, tweeds e muitos outros) criam produtos destinados à moda e acessórios, com alguns a serem já parte de coleções de criadores e outros destinados à arquitectura de interiores, por o burel ser ideal para aplicar em revestimentos interiores e amplia actuação desta marca portuguesa. 

Se os tecidos únicos da Burel Factory dão origem a peças igualmente únicas em contexto universal, no design de interiores dão a cada espaço aquele toque perfeito na procura de um conforto acústico, térmico e visual.

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A Burel Factory executa diversas soluções de revestimentos – painéis de parede, cabeceiras de cama, tapetes, cortinados, divisórias à medida e de forma personalizada conferindo-lhes uma identidade única, realçada por uma vasta gama de Pontos 3D, Texturas e Cores. Todas as soluções para paredes, tectos, cortinas e tapetes são trabalhadas de forma manual, em burel 100% lã que é resistente ao fogo, possui um elevado grau de impermeabilidade (resistente à água), é um isolante térmico e acústico, com um elevado design inovador e de alto impacto estéctico.

 

A Burel Factory afirma a sua versatilidade, resistência, cor e textura numa História tecida entre montanhas, empreendedorismo e design e assim conquista todos os continentes do mundo. 

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