Portugal Faz Bem: como o Home & Lifestyle português pode liderar Tendências Globais

BEST PORTUGAL BRANDS

Artigo de Joana Beirão

Tendências Home & Lifestyle 2026: Desafios, Oportunidades e a Obrigatoriedade do Marketing Multicanal

Este artigo de fundo, é escrito na primeira pessoa, para todos os que acreditam que o futuro do design e da produção portuguesa passa por compreender as tendências, reconhecer os desafios e agir sobre as oportunidades. Um olhar pessoal e estratégico sobre o que se espera do sector Home & Lifestyle em 2026 e além.

 

Portugal Faz Bem, Joana Beirao

O sector Home e Lifestyle em Portugal atravessa uma transformação profunda, impulsionado por novas exigências dos consumidores face à manutenção dos recursos e propósitos, pela necessidade de diferenciação sustentável e pelo esforço constante de reposicionamento das marcas nacionais no mercado global. E isto sem ainda falarmos de IA. Como profissional atenta a estas dinâmicas, noto que a pressão para inovar é acelerada, porém face à décalage da modernidade dos modelos de negócio, o nosso desafio é maior relativamente a economias mais ágeis.

As reentrés são dadas à acção e às reflexões, e nesta decidi partilhar com gosto, uma análise pessoal como forma de lançar luz sobre algumas das tendências emergentes que considero estruturantes — e que, em parte, ajudam também a explicar as novas e direcções futuras da plataforma Portugal Faz Bem. Falo da multifuncionalidade, da circularidade, da identidade local diferenciada e da sustentabilidade. Estas essencialidades estão bem difundidas, como os pilares chave para garantir a nossa viabilidade no planeta Terra.
O que nos falta então para sermos melhores nisto? Abrirmo-nos às ligações reais, aos encontros genuínos e ao verdadeiro cruzamento de saberes. E é precisamente neste ponto que o marketing multicanal se torna determinante: do analógico ao digital, passando pela inteligência artificial, a comunicação estratégica respeitosa hoje é incontornável para reforçar a visibilidade, a credibilidade e a competitividade das marcas portuguesas no mundo.

Topazio 3Topázio – 150 anos de saber fazer na joalheria em prata


Neste contexto, faz sentido apresentar o relançamento da EasyDecor Box, agora integrada na plataforma Portugal Faz Bem, bem como a GPT PFB® IA, a nossa nova assistente inteligente que actua como ferramenta de curadoria, activação comercial e descoberta sensorial do melhor da produção nacional. São propostas pensadas para impulsionar o sector Home & Lifestyle feito em Portugal, que contribuem na sua medida para o valor do saber-fazer através de experiências significativas que, para além da sua actividade comercial, devem comunicar um futuro mais consciente e sustentável.

Novas Tendências no Habitat e Estilo de Vida

Na minha opinião, as tendências emergentes mostram como o habitat e o estilo de vida estão a evoluir, e revelam mudanças que vão muito além da estética: são reflexo de novas exigências culturais, ambientais e emocionais, do nosso tempo, a que os modelos de negócio necessariamente têm de se adaptar.

1. Multifuncionalidade dos Espaços
A casa deixou de ser apenas lugar para pernoitar e viver o fim de semana, passou a escritório, ginásio, atelier e refúgio. Ou seja, felizmente passamos mais tempo nela. A versatilidade no design, mobiliário modular e soluções inteligentes são cada vez mais centrais, para responder a estilos de vida dinâmicos.

2. Circularidade e Reutilização
O ciclo de vida dos produtos ganha nova relevância. Marcas e designers exploram materiais reciclados, peças de segunda vida e processos que prolongam a durabilidade, transformando resíduos em recursos, que requerem impacto directo nos modelos de gestão;

3. Identidade Local e Cultura
O global já não apaga o local: cresce a procura por peças que contam histórias, traduzem tradições e afirmam uma estética enraizada em contextos, territórios e saberes, portugueses no nosso caso;

4. Sustentabilidade como Essência
Já não sendo tendência, é imperativa. A produção responsável, o consumo consciente e a transparência nos processos são hoje critérios fundamentais de escolha, para consumidores e profissionais. É uma obrigatoriedade que veio muito mais rápida do que a possibilidade da produção em se adaptar, continuando a ser um grande desafio após anos de produção que seguia outros caminhos;

5. Emoção e Bem-Estar no Design
Para além da função, os espaços procuram nutrir. A felicidade deve estar presente na paleta cromática, na escolha de materiais naturais e na criação de ambientes sensoriais que devem ser desenhados, pensados, para gerar conforto colectivo, emocional e bem-estar diário.

6. Convergência Digital e Inteligência Artificial
Do design à comunicação, a tecnologia é cada vez mais ferramenta de apoio à criação, personalização e aproximação ao consumidor. A IA, em particular, abre novas formas de pensar e comunicar o habitar e o estilo de vida português no mundo, porém vem também reforçar e lembrar a importância dos processos lentos pelo seu pleasure, manuais, enraizados, que pedem a contemporaneidade.

Crircle by le brimet for Gencork e78e4745d6

Gencork – Peças de design DA SOOFALCA e direcção artística de Le Brimet, ao serviço da indústria da cortiça.

Vantagens para a produção portuguesa

Temos todos vindo a perceber que a produção portuguesa apresenta algumas vantagens competitivas naturais neste contexto: alia tradição e inovação num equilíbrio propício ao encontro das tendência referidas, difícil de encontrar noutros mercados, que obrigatoriamente devemos aproveitar.
Enquanto muitos países procuram reinventar processos que outrora foram direcionados para a produção maximizada, Portugal parte de um património sólido de saber-fazer, onde a multifuncionalidade, a sustentabilidade e a identidade local ainda estão enraizadas, passíveis de integrar em novos modelos de produzir e de negócio – fazer pouco mas bem, talvez a ideia de collectable, abrindo a possibilidade de elevar o valor acrescentado. Esta base confere autenticidade às marcas nacionais e coloca-as numa posição privilegiada na resposta às exigências globais de diferenciação, qualidade e consciência ambiental.

Esta combinação, a meu ver, dá ao sector Home & Lifestyle português uma identidade rara e difícil de replicar. As nossas marcas partem de um saber-fazer enraizado, seja na cerâmica, no mobiliário, no têxtil ou no calçado, que, ao somar-lhe design contemporâneo, inovação tecnológica e uma atenção crescente à sustentabilidade, podem conquistar vantagens competitivas reais. Este equilíbrio perceptível entre tradição e modernidade gera confiança, reforça a autenticidade e pode posicionar Portugal com uma resposta natural às grandes tendências globais: circularidade, multifuncionalidade e procura pela singularidade, quase personalizada.

Porém, é aqui que começa a verdadeira exigência: transformar estas qualidades em dinâmica conjunta, apoiada numa comunicação clara, estratégica e multicanal, para modelos de negócio renovados. Produzir bem já não basta — é preciso dar a conhecer, explicar processos, abrir portas e partilhar histórias que revelem o compromisso real com o futuro. Só assim as tendências deixam de ser sinais de mudança e se tornam oportunidades concretas, na afirmação de Portugal como referência mundial em inovação responsável, com condições únicas para reforçar a competitividade do sector, dentro e fora de portas.

Lobo Leather suitcaseLobo Apparel: Produção e valor intrÍnseco em produção local


Quais
os desafios estruturais que enfrentamos e não podem ser ignorados?
Após 8 anos a interagir com o mercado de transformação, ou seja com a indústria e a manualidade, a minha fraca análise como designer e entusiasta pelo ambiente do saber fazer, diria que a concorrência baseada em preços baixos pressiona continuamente, o que torna essencial diferenciar pela qualidade, pelo design distintivo e pelo storytelling autêntico que valorize esse savoir fair nacional. Em paralelo, os custos de produção, da energia à logística e às matérias-primas, que continuam a subir, exigem eficiência e inovação nos processos. A estas pressões somam-se ainda normas ambientais e técnicas cada vez mais exigentes, que obrigam as empresas a investir em certificação e em práticas sustentáveis, que não sendo apreendidas no imediato, demoram o tempo que não temos, a implementar.

Outro eixo crítico é a disponibilidade de talento e a capacidade de adaptação aos novos formatos de consumo. A falta da atractividade e consequente falta de mão de obra especializada ameaça a continuidade do saber-fazer, tornando prioritário actuar com continuidade neste ponto, para permitir aumentar a retenção e a valorização profissional. Ao mesmo tempo, a digitalização acelera e redefine comportamentos, pedindo respostas rápidas e eficazes que garantam competitividade. Neste cenário, a visibilidade internacional das marcas portuguesas depende não apenas da qualidade do que produzem, mas também da aposta firme em marketing multicanal, e em redes de distribuição que abram caminho não sempre e só aos mesmos, mas sobretudo a novas oportunidades.

Diploria boardshorts 1 scaledDipløria Boardshorts: empreendedorismo e lifestyle português


Oportunidades para 2026 e Além

O futuro traz potencial para crescimento sustentado. A exportação de valor acrescentado tem de ser estratégico, e apoiada num storytelling autêntico. E defendo sempre a exportação através de quem nos visita: onde estão as marcas portuguesas neste ponto? As parcerias com a hotelaria, a construção, arquitectura e design e o turismo são fundamentais. As edições especiais e colaborações artísticas elevam o produto. A venda directa e presença em marketplaces aumentam a escala e a visibilidade. E a inovação em materiais e processos (da circularidade à bio-matéria), abre portas a novos mercados.


Marketing é um ponto crítico português!

Se sabemos fazer e produzir, o que devemos saber fazer a seguir, na cadeia de valor? Ter a capacidade de comunicar e projectar esse valor. O sector português já não precisa de provar competência técnica ou qualidade, isso é reconhecido em muitas áreas. O que falta é transformar esse saber-fazer em narrativas consistentes, capazes de chegar aos mercados, criar diferenciação e gerar desejo. É nesse ponto que a comunicação multicanal, o design estratégico e o storytelling autêntico se tornam tão determinantes, como o próprio acto de produzir.

Portugal Faz Bem

É também necessário construir pontes sólidas: entre tradição e inovação, entre indústria e consumidor, entre local e global e entre projectos. O futuro do Home & Lifestyle português não depende apenas do que fazemos dentro das fábricas ou ateliers, mas de como conseguimos abrir as suas portas, partilhar histórias e criar ligações, associações estreitas e verdadeiras.

Produzir bem é a base; dar a conhecer com visão é o que garante o reconhecimento da relevância, competitividade e lugar de destaque no mundo. Temos de ser engenheiros e designers de marketing, precisamos de comunicar em todas as frentes, integrar ferramentas tradicionais, digitais e artificiais. Do marketing analógico, com catálogos, feiras, showrooms e relações públicas, ao marketing digital, onde o storytelling, o SEO, o GEO e as redes sociais ganham peso crescente, cada canal contribui para reforçar a presença da marca. A dimensão comercial, seja em pontos de venda físicos, lojas multimarca ou e-commerce, continua vital, enquanto a inteligência artificial abre novas possibilidades de personalização, recomendações inteligentes, gestão de stock e análise de dados, potenciando a competitividade global.

EasyDecor

Apesar de produzirmos com qualidade e termos histórias únicas para contar, a verdade é que a representação portuguesa neste processo global de comunicação e visibilidade ainda é reduzida, quer a nível nacional, quer internacional, face ao que produzimos.

Neste contexto, faz sentido apresentar o relançamento da EasyDecor Box agora integrada na plataforma Portugal Faz Bem, bem como a GPT PFB® IA, a nossa nova assistente inteligente que actua como ferramenta de curadoria, activação comercial e descoberta sensorial do melhor da produção nacional. São propostas pensadas para impulsionar o sector Home & Lifestyle feito em Portugal, que contribuem na sua parte para o valor do saber-fazer através de experiências significativas que, para além da sua actividade comercial, devem viabilizar um futuro mais consciente e sustentável.

GPT PFB IAParalelamente, surge então a GPT PFB® IA, assistente inteligente integrada na plataforma Portugal Faz Bem, desenvolvida durante o mês de Agosto e ainda em fase de teste em parceria com a OpenAI, com o objectivo de apoiar a descoberta credível, a organização e a promoção activa das marcas portuguesas nos sectores Home & Lifestyle e Turismo Industrial. Para estarem integradas nesta API as marcas e fábricas devem inscrever-se na plataforma, isto é subscrever, e para tal adaptamos  o Plano Profissional.

Duas ferramentas complementares, uma analógica e outra generativa, que nos propomos agora divulgar e colocar ao serviço da valorização do design e da produção nacional, para construir pontes entre quem cria, quem produz e quem procura o que de melhor se faz em Portugal, sempre com a nossa curadoria e credibilidade.

Saiba mais sobre o relançamento da EasyDecor Box no separador EasyDecor menu, e sobre a nova GPT PFB® IA experimentando, agora que já estamos na primeira fase de testes.