What led the home store to bankruptcy?

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Joana Beirão's article

Lições para as marcas portuguesas do sector Casa & Lifestyle trends

Nas últimas horas, foi noticiado que o grupo (store) CASA International, conhecido pelas suas lojas de artigos para a casa espalhadas pela Europa, entrou com um pedido de falência na Bélgica, encerrando 63 lojas e o seu centro logístico.

 

Uma notícia como esta é naturalmente triste, não só pelo impacto no sector, mas sobretudo pelas pessoas que perdem os seus postos de trabalho. Even so, mais do que enfatizar o fracasso, importa reflectir o que a situação revela e como pode servir de alerta para o tecido empresarial, em especial para as marcas portuguesas do sector Casa & Lifestyle trends.

From 2012, o agora Studio EasyDecor aposta num serviço 100% online, e é sempre neste registo que desenvolvemos a nossa área de projecto, com foco na versatilidade e na resposta digital eficaz às necessidades dos projectos qu edesenvolvemos. Curiosamente, nunca conseguimos integrar os produtos da CASA na nossa lista de compras — em grande parte devido à ausência de uma estrutura digital compatível com o nosso modelo de trabalho.

O que sabemos segundo imprensa?

O grupo da loja CAsa entrou com pedido de falência na Bélgica, encerrando 63 stores, incluindo a sede e o centro de distribuição, após anos de dificuldades financeiras marcadas por processos de reorganização judicial, renegociação de dívidas e tentativas falhadas de atrair investidores — uma situação agravada pela pandemia, pela inflação e pelo aumento dos custos operacionais, e ainda mais exposta pela comparação com concorrentes que se adaptaram melhor ao digital e adoptaram modelos de negócio mais ágeis e competitivos.

Loja Casa

Porque faliu a CASA?
Factores que provavelmente contribuíram para a falência

  1. Gestão financeira fragilizada
    Com dívidas acumuladas e custos fixos elevados, o grupo não conseguiu manter equilíbrio financeiro. A estrutura pesada, com uma vasta rede de lojas físicas, tornou-se insustentável face aos desafios económicos recentes.
  2. Atraso na digitalização
    A incapacidade em acompanhar a evolução do e-commerce e a ausência de uma estratégia omnicanal forte, deixou a marca para trás. Em plena era digital, estar online com eficiência é essencial.
  3. Concorrência agressiva
    Com marcas como Ikea, Flying Tiger ou lojas low-cost a dominar o mercado com modelos ágeis e preços competitivos, a CASA não conseguiu manter a sua quota de mercado.
  4. Oferta pouco diferenciada
    A marca não conseguiu posicionar-se com um diferencial claro. Faltou autenticidade, narrativa de marca e apelo emocional que fidelize o consumidor.
  5. Condições externas adversas
    A pandemia, a inflação, o aumento dos custos logísticos e a mudança de comportamento dos consumidores (com foco em valor e sustentabilidade) pioraram a situação já frágil.
  6. Logística centralizada e vulnerável
    O encerramento da sede e centro de distribuição na Bélgica colapsou toda a cadeia de abastecimento internacional da marca.

Tipo de produto pouco autêntico e gestão


Sim, há fortemente uma co-relação com a tipologia de produto tendência:

Produtos pouco autênticos / genéricos: Se a marca não distingue visualmente, emocionalmente ou pelo valor agregado (materiais melhores, design, history, produção responsável), torna-se vulnerável comparativamente com a concorrência de preço ou de oferta rápida e barata. Não traz experiência, não gera felicidade.

Parecendo que houve falhas de gestão ou incapacidade de ajustar o modelo de negócio a tempos novos (digitalização, controlo de custos, renovação, adaptação), ou de conseguir investidores ou capital para reestruturação com sucesso, a gestão financeira e estratégica torna-se num ponto crítico.

Loja casa

O que podemos aprender?

As marcas portuguesas do sector Casa & Lifestyle têm hoje uma oportunidade real de diferenciação e crescimento, aprendendo com estes erros.

  • Investir em autenticidade, que significa combinar design com produção local, valorizando materiais de qualidade e narrativas que criem uma ligação emocional com o consumidor — uma abordagem que reforça a identidade da marca e diferencia num mercado cada vez mais global e competitivo.
  • Apostar em Marketing digital e SEO é hoje uma prioridade estratégica para qualquer marca que queira crescer de forma sustentável. Estar nas primeiras páginas do Google não só aumenta significativamente a visibilidade, como também atrai tráfego qualificado e reforça a credibilidade da marca junto dos consumidores. Um bom posicionamento orgânico permite alcançar potenciais clientes no momento exacto em que procuram soluções, traduzindo-se impacto directo nas vendas, na notoriedade e na construção de uma presença digital sólida e duradoura.
  • Criar experiências omnicanal é garantir que o consumidor tenha uma experiência fluida e coerente, independentemente do canal ou plataforma que utilize — seja numa loja física, online, plataformas agregadoras, nas redes sociais ou através do atendimento personalizado. Esta integração fortalece a relação com o cliente, aumenta a confiança na marca e permite uma resposta mais eficaz às suas necessidades e expectativas. Ao unir todos os pontos de contacto, as marcas conseguem oferecer uma experiência mais rica, conveniente e memorável, essencial para fidelizar e destacar-se num mercado competitivo.
  • Valorizar a sustentabilidade e a responsabilidade é mais do que uma tendência como temos vindo a afirmar, é uma exigência crescente por parte de nós, consumidores, que procuramos marcas alinhadas com os nossos valores. Investir em processos conscientes, utilizar materiais duradouros e adoptar práticas que minimizem o impacto ambiental não só fortalece a reputação da marca, como também contribui para a construção de um futuro mais equilibrado. Esta postura ética e transparente torna-se um factor decisivo na escolha e fidelização dos clientes.

In short, marcas que combinam identidade forte, produção nacional, bom storytelling e presença digital eficiente, multiplataforma estão melhor preparadas para crescer de forma sustentável.

Portugal Faz Bem® continuará a dar visibilidade a estas marcas e a inspirar a reinvenção do sector.

Créditos imagemLoja Casa